Nos últimos três anos, o Assaí implementou um agressivo plano de expansão, adquirindo e transformando 66 hipermercados do Extra, aumentando sua presença em 50%. No entanto, a empresa planeja cortar investimentos, diminuindo significativamente a abertura de novas lojas e reduzindo o capex para 2024 entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões, em comparação aos R$ 3,41 bilhões gastos recentemente.
O objetivo é reduzir a alavancagem, permitindo que a geração operacional de caixa cubra investimentos e custos da dívida. A CFO Daniela Sabbag enfatizou durante o Investor Day que a geração de caixa deve ser suficiente para custear esses aspectos.
Desafios financeiros e redução da alavancagem
Embora o Assaí tenha gerado R$ 4,86 bilhões em caixa operacional nos últimos 12 meses, os dividendos e, principalmente, o custo da dívida, que atingiu R$ 3,3 bilhões desde dezembro de 2020, resultaram em uma geração de caixa total negativa de quase R$ 1,63 bilhão.
Atualmente, a alavancagem da empresa é de 4,4x, e o objetivo é reduzi-la para abaixo de 3,5x até 2024. A estratégia inclui o crescimento do Ebitda e o fim dos pagamentos pela aquisição das lojas do Extra.
Perspectivas de crescimento e desafios econômicos
Apesar da desaceleração na abertura de novas lojas, o CEO Belmiro Gomes acredita no potencial de crescimento, apontando que apenas 91 das 203 cidades com mais de 150 mil habitantes no Brasil ainda não possuem uma loja do Assaí.
Gomes também espera uma melhoria no poder de compra dos clientes e uma redução no endividamento da população para impulsionar as vendas. A empresa enfrentou uma queda nas vendas mesmas lojas (SSS) no terceiro trimestre, evidenciando um cenário econômico desafiador.
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