Há 38 anos, em dezembro de 1985, a Unesco concedeu ao Centro Histórico de Salvador (CHS) o título de ‘Patrimônio da Humanidade’, reconhecendo-o como o maior conjunto arquitetônico-histórico barroco de herança europeia nas Américas. Para celebrar esta data especial, a Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult-BA), por meio do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac), anuncia um significativo investimento na região do Centro Antigo da capital.
De acordo com Bruno Monteiro, secretário de Cultura do Estado, o investimento do Ipac cresceu exponencialmente de R$ 1,3 milhão em 2023 para R$ 7,06 milhões em 2024, representando um aumento de 81% no orçamento destinado a esta autarquia de vital importância, cuja história está intrinsecamente ligada ao Centro Histórico de Salvador.
Luciana Mandelli, diretora-geral do Ipac, detalha algumas das intervenções programadas até 2024. “Os recursos serão direcionados para intervenções de restauro, manutenção predial e acessibilidade do Solar Ferrão, uma edificação que remonta ao século XVII e é tombada como Patrimônio do Brasil pelo Iphan.”
“Além disso, uma parte desses fundos será investida na criação do ‘Centro Odé Kayodê de Referência às Matriarcas de Matriz Africana’, na casa de nascimento de Maria Stella de Azevedo Santos, Mãe Stella de Oxóssi (1925–2018), localizada na Ladeira do Ferrão”, acrescenta Luciana. Ela também destaca que os recursos serão utilizados para a manutenção e conservação de dezenas de imóveis do Ipac na área do Centro Histórico.
O reconhecimento do Centro Histórico de Salvador como ‘Patrimônio da Humanidade’ pela Unesco, em 1985, ratificou o tombamento do conjunto arquitetônico, paisagístico e urbanístico pelo Iphan/MinC, realizado no ano anterior, em 1984. Luciana ressalta a importância desse reconhecimento internacional e destaca a necessidade de discutir questões não resolvidas na área.
Os investimentos também serão canalizados para a Igreja do Rosário dos Pretos e o Parque das Esculturas do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM), fortalecendo ainda mais o compromisso do Ipac com a preservação cultural e o desenvolvimento da região.
Este aporte de R$ 7,05 milhões vem do orçamento próprio do Ipac, porém, outras propostas submetidas ao novo PAC/Iphan podem ampliar esses recursos, beneficiando projetos como o Cine Jandaia, antiga Faculdade de Medicina, Museu de Arte Sacra, além de restaurações de outros imóveis de valor histórico.
O Ipac, em sinergia com a sociedade e os poderes públicos municipais e federais, desempenha um papel crucial na preservação de bens culturais tangíveis e intangíveis, além de administrar e produzir a programação das coleções artístico-culturais de diversos espaços importantes na região do Pelourinho. A atuação do Instituto se estende também para a política pública dos museus baianos.
Para mais informações, acesse o site do Ipac em ipac.ba.gov.br e acompanhe nas redes sociais.
Foto: luoman | Crédito: Getty Images/iStockphoto